Àqueles que compreendem e preferem os benefícios de fornecer para seu animalzinho uma dieta a base de ração animal, quando chegam ao mercado decididos a adquirir e fornecer um alimento de qualidade é bombardeado com inúmeras opções de marcas, preços e ofertas. Confesso a vocês como veterinário que eu desconheço muitas marcas de rações hoje existentes no Brasil, sendo muitas delas predominantemente comercializadas em regiões especificas, por empresas diversas, o que dificulta atribuir conceitos sobre elas. Porém o critério de avaliação para uma alimentação de qualidade eu descreverei aqui de uma maneira bastante resumida e clara.
E AGORA, QUE RAÇÃO COMPRAR?
Esta é a principal questão levantada pelos proprietários frente ao leque gigantesco de opções no mercado. Todas são atraentes seja pelos sacos bonitos e animais propaganda fofíssimos ou sabores instigantes e preços insuperáveis. Mas qual levar para o meu animal?
Primeiro passo é priorizar alimentos específicos para a espécie do seu pet. Se for gato, então forneça ração de gato. Logo se for cachorro, a preferência é para ração de cães. Muitas vezes ocorre maior aptidão do cão pela ração do gato, e vice e versa, porém uma dieta não espécie especifica pode gerar graves deficiências nutricionais, principalmente nos gatos que produzem em menor quantidade ácidos graxos Omega 6 (linoléico, gama e araquidônico) importante para o crescimento, reprodução, imunidade, circulação e outras necessidades mais, e portanto precisam ser fornecidos pela dieta (animais que se alimentam de comida caseira também estão sujeitos a sofrerem conseqüências).
Outra preferência a se considerar é a idade do seu animal. Eu recomendo que até um ano de idade, no mínimo, sejam oferecidas rações de filhotes tanto para cães quanto para gatos. Estas conferem níveis de proteína em maior quantidade, para suprir a alta atividade e o constante período de desenvolvimento que estes animais estão passando, assim como Cálcio e Fósforo cuja demanda também é maior.
(Um cão adulto que se alimenta de ração para filhotes pode apresentar obesidade. Filhotes que se alimentam de ração para adultos pode sofrer carência nutricional).
ALIMENTAR X NUTRIR:
Toda a ração, seja ela qual for oferece capacidade de alimentar, de matar a fome. Costumo dizer que a ração para os animais é como se fosse a nossa refeição de todos os dias com arroz, feijão, salada e a carne, isso a nível nutricional é claro. Os cães e gatos não necessitam de grãos como o arroz e feijão na sua dieta como fontes de carboidratos, sendo que a presença destes pode estar associada a má digestão (gases, diarréia), obesidade, diabetes, acúmulo de cálculo dentário (”tártaro”), mau hálito e alergias de pele. Na ração há todos os nutrientes que estes alimentos oferecem em fontes e níveis adequados para a espécie e a idade.
O que seria o arroz, o feijão e a salada costuma ser de custo baixo, portanto conferem em boas quantidades em toda ração, o que garante com isso fontes suficientes de carboidrato e aminoácidos.
O grande xis da questão é a fonte de proteína, o que seria a carne da alimentação dos nossos bichinhos. A carne é rica em ácidos graxos, em gordura, em carboidratos e principalmente proteína. É exatamente este elemento que encarece o preço de uma ração.
São diversas as fontes de proteínas o que caracterizam os diversos tipos de rações. As rações populares contam com subprodutos de milho, soja, farelo de algodão e outros, pois são produtos mais baratos no comércio, contudo não são completamente aproveitados pelos cães e gatos que são carnívoros e precisam de proteína de origem animal para assimilar ao seu organismo. Outras rações já contam com farinha de carne e ossos, glútem de milho, gordura animal e outros que ainda não são "ideais", pois se alcança o percentual de proteína com ingredientes de menor digestibilidade como a soja ou o glúten. As rações classificadas com Premium e Super Premium contam com carne de frango, ovelha e demais, sendo tais ingredientes de origem animal com maior digestibilidade, maior nível nutricional e melhor metabolização.
Os gatos necessitam de duas proteínas importantíssimas para a mantença da estrutura do coração, da córnea e do cérebro, sendo elas a Carnitina e Taurina, disponíveis em quantidades suficientes em rações especificas para gatos.
Dietas com nutrientes de má qualidade ou não específicos alimentam sem sombras de duvida, mas inviabilizam o sistema digestivo tornando-o mais lento e aumentam a freqüência e o volume das fezes, já que parte da matéria oferecida não é metabolizada ou não é necessária para o animal. Nutrir está relacionado com o aproveitamento destes nutrientes junto a todos os benefícios que existe em um animal bem nutrido.
A RAÇÃO PARA OFERECER QUALIDADE TEM QUE SER DE CUSTO ELEVADO?
Essa é uma relação direta não só no âmbito da alimentação animal, mas em tudo na vida. Contudo há uma ilusão que envolve preço e qualidade. Um alimento de boa qualidade não precisa necessariamente custar caro. Como há uma concorrência fortíssima hoje no mercado, existem rações de todos os preços, todos os jeitos, todas as formas. Uma ração de boa qualidade não vem sozinha, vem acompanhada pela embalagem que oferece um armazenamento seguro para o produto, o que representa que rações vendidas a granel fora de suas embalagens ou que permanecem abertas por tempo indeterminado, podem ser desfavorecidas pelas perdas de nutrientes devido a incidência de luz, de temperatura inadequada e outros riscos inerentes que, sobretudo, colocam em risco a saúde do animal.
Não há como estipular um valor mínimo para caracterizar uma ração de qualidade, porem há classificações de rações que facilitam chegar a um consenso. As rações Premium e Super Premium são as melhores. Estas são denominadas em suas embalagens com a classificação que pertence onde cabe a você escolher que marca de ração Premium ou Super Premium vai preferir. Fora da classificação Premium e Super Premium estão àquelas inferiores, denominadas como “Standard” que são empresas de renomes que tem um compromisso maior com a qualidade e utilizam de ingredientes qualitativamente melhores que as rações populares, contudo não é de se esperar muita eficiência destes alimentos já que possuem seu nível de qualidade limitado, porém um custo mais acessível.
Se colocarmos na ponta do lápis a despesa na elaboração de uma dieta para um cão, com: carne, ovos, legumes, complementos vitamínicos e minerais, e o trabalho que teremos adicionando cada ingrediente na medida certa para equilibrá-la comparado ao custo diário da alimentação a base de ração, sem dúvida, a opção mais econômica será a ração (mesmo se esta for uma super-premium importada).
RAÇÃO PREMIUM E SUPER PREMIUM:
São produtos de primeira qualidade, por isso são mais caros, contudo a digestibilidade é maior, o consumo diário de ração é menor (o que ameniza o preço da ração) e promovem, ainda, uma vida mais saudável além de reduzirem o volume das fezes.
As Rações Super Premium são assim classificadas a partir de um certo percentual de digestibilidade, o que pode variar de acordo com os interesses dos fabricantes, pois não há um "padrão" neste sentido. Ambas são produzidas com tecnologia de ponta sob os avanços nutricionais mais recentes, agregando ingredientes e suplementos a ponto de produzir um alimento completo em todos os sentidos.
Por serem formuladas metodicamente visando às necessidades e o anseio dos animais, oferecem dentro destas classificações rações especificas para cada animal como para porte pequeno, porte grande, porte gigante e até mesmo pelas raças, promovendo maior exposição das características que cada uma tem.
COMO RECONHECER UMA RAÇÃO DE QUALIDADE?
Como consumidor, para saber se a ração é de alta digestibilidade, ou não, basta analisar na embalagem os ingredientes que compõem a ração. As fontes proteicas devem ser de origem animal (carne de frango, carne de peru, digestas de frango, carne de ovelha, ovos, etc.). E as fontes de gordura também, ou pelo menos óleos vegetais nobres como, por exemplo, óleo de linhaça. Fontes proteicas vegetais como soja, glúten, etc. não têm alta digestibilidade. O que pode aumentar a digestibilidade da ração é a presença de fibras de moderada fermentação (p.ex. polpa de beterraba branca), que aumenta a eficiência absortiva dos enterócitos. Outro ingrediente que melhora a digestibilidade são os F.O.S. (fruto oligo sacarídeos), que alimentam a microbiota intestinal, ou seja, beneficia o crescimento de "boas bactérias" no intestino, o que leva a uma melhor fermentação do bolo alimentar.
Resumindo, quando compramos uma ração para o nosso animal, devemos estar atentos aos níveis de garantia (percentuais de proteína, gordura, etc. ) e a qualidade dos ingredientes. Por exemplo, uma ração para cachorro deve ter, no mínimo, 18% de proteína. O que é relativo porque carne é fonte de proteína e pena da galinha também. Carne é bem mais digerível que pena. Outro detalhe é o equilíbrio entre percentuais de proteína e gordura. Não é eficiente uma ração com 30% de proteína e 8% de gordura, nem outra com 18% de proteína e 20% de gordura.
QUAL A QUANTIDADE A FORNECER?
A quantidade esta diretamente relacionada com a qualidade. Como disse acima, uma ração de qualidade superior nutre, promovendo maior aproveitamento dos nutrientes dispensando a necessidade de fornecer grandes quantidades. Lembrem-se, o excesso de ração, seja ela qual for, promove além da obesidade maior freqüência e volume das fezes. O mais indicado portanto é seguir a recomendação do fabricante, vide como orienta a embalagem.
É a partir da alimentação que se estabelece a qualidade de vida de um animal. Hoje comprova-se maior longevidade a animais tratados com alimentos de qualidade, e isso permite com que passemos muitos momentos a mais junto a eles.
Aqui na clinica veterinária Doutor Dog comercializamos três classificações de rações para que o cliente possa escolher qual julga a melhor para o seu animalzinho. O importante como acabamos de ver é que seja de qualidade para uma vida de qualidade.
Duvidas e esclarecimentos entre em contato.
Não esqueça de participar da nossa enquete sobre qual alimento você fornece para o seu animal.
