Também conhecida como a Síndrome do Fígado Gordo em Felinos a Lipidose Hepática Felina (LHF) é
uma doença caracterizada pelo acumulo excessivo de triglicerídeos (gordura) dentro de
mais de 50% dos hepatócitos (células hepáticas). Ela afeta principalmente gatos obesos e
anoréticos sem a necessária presença de qualquer outra doença que a
desencadeie, podendo ser também uma sequela de perturbações no metabolismo
normal do organismo.
Alguns mecanismos que podem ocasionar lipidose podem partir de causas tóxicas (como por exemplo ingestão de plantas ou produtos químicos),
nutricionais (alimentação com excesso de gordura), hormonais (animais castrados ou com deficiência hormonal) e metabólicas. Em
casos de lipidose, 80% dos hepatócitos podem
estar comprometidos devido ao acumulo que compromete a remoção e metabolização
(digestão) de triglicerídeos. Outro fator em suspeita é o fato de que
gatos que passam por situação de estresse podem ficar com inanição levando a
uma anorexia, assim os níveis de glicose sanguínea decrescem e também diminui a
secreção de insulina, ocorrendo um aumento no nível de glucagon, que por sua
vez faz lipólise periférica, liberando ácidos graxos na circulação sendo
convertidos em triglicerídeos, que podem se acumular nos hepatócitos.
O diagnóstico da lipidose hepática é baseado na
identificação das alterações clinicas e patológicas, associadas com os graves
danos nas funções do fígado. Ou seja, a abordagem do Médico Veterinário é de
extrema importância no diagnóstico e na intitulação do protocolo de tratamento
desta patologia. O histórico do animal poderá ajudar a revelar ao proprietário
sinais da doença, como a anorexia com consequente perca de peso, que é um sinal
clinico relatado assim como letargia, vômito, constipação ou diarreia.
Por mais que haja um protocolo eficiente de tratamento sobre
um diagnóstico precoce, o quadro de lipidose hepática quando estabelecido é de difícil
reversão. Apenas 30% dos animais acometidos respondem a terapia e revertem os
sintomas em 3 a 6 semanas após o inicio.
Estabilizar o quadro clinico do animal, realizando um
tratamento suporte nutricional e corrigindo a desidratação e o desequilíbrio de
eletrólitos é de extrema importância. Uma dieta bem balanceada, ricas em
proteínas, gordura e pobre em carboidrato, alem de nutrientes especiais, deve
ser ofertado varias vezes ao dia, com período de adaptação de uma semana, para
o animal manter um balanço energético positivo. A necessidade de calorias de um
animal com lipidose é igual a um gato saudável.
Não se deve fazer dietas bruscas em gatos gordos, mas sim
evitar o sobrepeso destes, além de diminuir estresses ambientais.